quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Uma tragédia grega com felizes para sempre.


O que seria o dia perfeito na vida de um homem? Bom, acho que falo por quase todos quando digo que seria aquele dia em que tudo desse certo, transasse por horas com aquela gostosa, recebesse uma bela massagem, ver o time do coração meter uma goleada no rival e ainda de quebra comer e repetir o prato favorito até se empanturrar, para logo após da aquela cochilada, que é quase uma hibernação.
Ferdinando, um moleque gente fina, estiloso, flertado por mil meninas e no auge de seus vinte anos tinha esses dias como rotina, foi quando conheceu a mulher que mudou sua vida. Gabryelle com ipisilon, a garota mais popular e desejada da escola, um corpão: Alta, cabelos negros, olhos indianos, boca à La Jolie, quadril desenhado, coxas grossas e uma bunda, que fez muito marmanjo aumentar uns dez minutos em cada banho, pelo menos. Seu nome era homenagem a personagem favorita de seu pai, a inseparável parceira de Xena, que por sinal ele não perdia um capítulo, uma princesa guerreira e sexy, dando porrada em vários homens metrosexuais bombados, da pra entender o gosto do Seu Ricardo.
Mas voltemos ao núcleo de nossa história. Nando, apelido de infância de Ferdinando, tinha já pego quase todas as gurias do ensino médio, menos uma, pois Gabryelle era difícil, com seu corpo superior aos das demais, se destacava e só saia com rapazes bem mais velhos que ela. Contudo isso não desanimava nosso herói Malhação, porque se por uma lado ele nunca tinha pego ela, por outro também nunca tinha dado idéia, logo tinha um cheque em branco em mãos.
Faltava mesmo era a oportunidade, mas por enquanto, pois era só questão de tempo e esperar o momento certo pra atacar aquela ninfeta maravilhosa. Não deu outra, marcada a choppada de formatura do terceiro ano, advinha quem ia vender os ingressos? Ele mesmo. Sem perder tempo, foi à sala de Gabryelle divulgar a festa, com fala de malandro, gírias descoladas e um jeito que deixava as meninas loucas, um fanfarrão de carteira assinada. Terminando seu discurso, os ingressos foram quase todos vendidos e ele ainda conseguiu vender para sua deusa grega.
Estava tudo certo, choppada divulgada, ingressos quase esgotados e a mulher mais gostosa da escola certíssima de ir. Entretanto, como tudo na vida, a sempre uma pequena falha em seu plano, pois Nando teria que viajar pra região dos lagos, visitar seu pai e só poderia voltar um dia antes da festa. Foi o fim de semana mais longo de sua vida, sem televisão, internet, vídeo game, celular sem crédito e ainda por cima com o velho deprimido. O jeito era apelar pras tarefas caseiras e inúteis, como varrer as folhas do quintal em pleno outono, catá-las na piscina e malhar um pouco. No ultimo dia naquela prisão, recebeu uma ligação inesperada. Era ela, a própria Gabryelle com ipisilon, ele não acreditava no que ouvia, aquela voz excitante, melhor que as das mulheres do tele-sexo que todo mês faziam sua conta vir um absurdo, tamanho eram as vezes que ele ligava. Ela na verdade tinha descoberto o numero dele com uma amiga e tinha ligado pra confirmar o horário e saber se ele realmente ia. Nandão ficou louco na hora, confirmou o horário com aquela voz de ator pornô de filme de quinta, misturado com algum figurante do filme “Cidade de Deus”, apenas dizendo:
- É nós, só não pode faltar tu gatinha...
Ele só ouviu aquela risadinha despretensiosa e em seguida ela desligou. Animado era pouco para Nando, ele na hora resolveu ir malhar, na tentativa de ficar inchadinho pra amanhã. No fim do dia, tinha malhado o corpo todo, costas, peito, bíceps, tríceps e muita abdominal, na verdade fez cinco séries de duzentas, pra ficar rasgadão pra sua mina.
A passagem tava comprada para as quatro da matina, não queria perder tempo mais naquela oca, o quanto antes saísse de lá melhor. Foi dormir às nove, pra acordar bem quando fosse pegar o ônibus, mas a noite era uma criança e lá pelas uma da madrugada, um grito lhe acorda. Assustado, foi ao local de onde surgiu tal grunhido, se deparando com sua irmã toda ensangüentada, chorando e bêbada. Ela dizia ter acabado de chegar de uma festa e ao tentar entrar de fininho, escorregou caindo com o nariz, na quina da mesa de jantar. Era o que faltava, iria viajar em menos de duas horas e tinha que cuidar de uma bêbada suicida. Quando finalmente conseguiu encostar a cabeça no travesseiro, toca o despertador, ele se arruma zonzo de sono e vai para a rodoviária.
Chegando lá, o ônibus lotado, o seu assento era ao lado de uma mulher que parecia ter engolido o estepe do ônibus, respirou fundo e partiu em sua jornada. Duas horas de meia de viagem, a desgraçada da gorda além de espreme-lo, quase o jogando no corredor do ônibus, ainda roncava alto. O ônibus parou em Niterói, de lá ele pegou uma barca de volta ao Rio e se deparou com uma das cenas mais lindas de sua vida, o nascer do sol em meio a Baia de Guanabara. Momento de rara beleza, que mesmo zonzo de sono, com o abdômen extremamente dolorido, fez sua esperança voltar.
A choppada começaria à uma da tarde, já eram onze da manhã e Nando tinha acabado de chegar em casa, mas não poderia nunca deixar de ir, sua deusa grega, gostosa, linda, aquele tesão estaria lá e era sua chance. Tomou um banho pra acordar e saiu sem comer mesmo, pois já estava atrasado.
Na festa, o colégio todo em peso, desde o primeiro ano até o terceiro, popular entre os meninos, Nando mal chegou e foi ovacionado pelos amigos, que já lhe deram uma caneca de chopp. Porém o objetivo ainda não havia sido avistado, Gabryelle poderia ter furado, depois de todos os sacrifícios? Foi que derrepente ela apareceu, apavorantemente gata, com um vestidinho terrível de curto e as coxas todas malhadas.
Não pensou duas vezes e foi lá falar com ela, trocou uma idéia, elogiou o vestido dela e ainda pegou uma caneca de chopp só pra ela. Em menos de vinte minutos conseguiu o desejado, beijou-a de tal forma que parecia que ia engoli-la, com vontade mesmo, a levou pra uma área isolada e apimentou as coisas.
Mão aqui, mão acolá e ele se realizando com aquela mulher maravilhosa, bendito Seu Ricardo, pôs uma deusa daquela no mundo. Foi então que ela abriu sua braguilha e começou a acariciar seu membro. Nando tava todo ouriçado, cada pêlo do seu corpo estava em pé, a agarrou, levantou seu vestido, tirou sua calcinha e...
Broxou!!! Ele não sabia o que fazer. A mulher mais gostosa da escola, nua em sua frente e ele ali com aquela Maria mole na mão, fechava os olhos na tentativa de se excitar, mas só via sua irmã bêbada ensangüentada chorando com aquele nariz cheio de catarro e sangue.
Achou que pudesse ser a posição, pediu pra menina mudar e só acabou piorando, pois a menina escorregou, caiu no chão e ainda quebrou o braço na queda.
Os gritos da guria chamaram a atenção de toda a festa, que ia em direção a eles, na pressa de sair daquele lugar, puxou rapidamente a braguilha, que passou por cima de seus testículos e prendendo-os.
Gabryelle foi para o hospital na mesma ambulância que ele, o pai dela, Seu Ricardo, quase o matou mesmo no quarto da enfermaria. O garoto mais popular e invejado da escola ganhou o apelido de Nando Seis e Meia e nunca mais conseguiu outra menina. Todavia algo de bom aconteceu nesta tragédia, Nando por obrigação de Seu Ricardo, noivou com Gabryelle e até hoje são casados. O membro dele, ficou curvado para a esquerda, seqüela daquele acidente horrível. Mas se perguntarem a ele qual foi o dia mais feliz de sua vida, a resposta imediata é o dia em que broxou e de uma forma estranha, encontrou o amor da sua vida.
Deus escreve certo, por linhas tortas, ou membros também.



Gabriel Hildenbrand

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