terça-feira, 27 de março de 2012

Odisseia Sertaneja Parte - 1


Onde nasci debaixo de sol quente
Lá no mucambo de quintal rachado
Mainha jeitava o pixaim com pente
E eu a sarapantar sua beleza apalermado
Vestia os farrapo e pro comicio rumava a gente
Fuzuê, magote de luzes, brinquedos, lugar encantado
Um moço bem panhado do alto palanque falava
Falava bonito do nosso futuro
Que ia acabar com os dias de fome
Nunca mais iamos ficar no escuro
Era só num tal dia escolher seu nome

Mainha fez o prometido, mas o prometido não se fez
Ficava esperando que um dia chegasse a sua vez
Injuriada, vendo na tv o moço, agora importante
Se indagando solitária do por que de seus pobrema
E ouvia um murmúrio, bem baixinho dentro da cabeça
Uma voz sombria falando de bem distante
Que o seu maior problema é o seu pobre amar
Que o seu maior problema é o seu pobre amar
Que o seu maior problema é o seu pobre amar

Por levar a unica flor do meu sertão,
Entrei de mal com Deus e desde novo aprendi a me virar
Fazer farinha de macaxeira com mandacaru pros meu irmão
Pelejar o dia inteiro sem esperança dos dias de calmaria chegar
Chega dessa vida de brocoió, vou atrás da solução
Agora vai ser diferente, vou-me embora pra capital estudar
De pau-de-arara um mulambo e seus cinco
No caminho se achegava mais e mais gente de história parecida
As minhas dificuldades, agora vejo que não só eu sinto
Mas aquele povo podia ter esperança, pois eu ia de muda suas vida
Dali comecei a prosar e explicar
Que o pobre amar é nosso pobrema
Que o pobre amar é nosso pobrema
Que o pobre amar é nosso pobrema

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